Li há pouco tempo alguém que perguntava se só havia mães perfeitas e bebés perfeitos, questão suscitada pelo facto do seu bebé acordar inúmeras vezes durante a noite, entre fome, chucha perdida e quaisquer outros motivos que a nós, adultos, nos passam despercebidos.
Especificamente sobre o sono, a M. dorme a noite inteira (leia-se umas oito horas) desde cerca dos dois meses. Sim, sei que sou uma abençoada, mas quando eu digo isto, não quero claro dizer que ela dormiu todas as noites as tais oito horas seguidas.
Não: houve noites em que acordou e bastou a chucha para a calar, houve noites em que não quis dormir à hora que nós achávamos que ela devia dormir, houve noites em que acordou com fome às quatro da manhã e há noites, como a de ontem, em que grita desde o momento em que a deitamos na cama até ao momento em que a levantamos (o tempo de sair do sofá e ir ter com ela). E, sim, ontem dormiu na nossa cama, porque, apesar de nós dormirmos mal, dormimos, o que é um bocado diferente de estar de pé ao lado da cama dela.
Não, não deixo a M. a chorar para dormir. É verdade que na maioria das noites, deitamo-la na cama dela e ela fica lá, a brincar com a fralda de pano ou com a chucha, até adormecer. Mas nas noites que isso não acontece, não faço disso um drama e adapto-me.
A perfeição é aquilo que nós quisermos: para mim, é perfeito que ela adormeça a maioria das noites na cama dela e fique lá a noite toda. Mas só é perfeito, porque há noites, como a de ontem, em que lhe basta estar ao nosso lado para parar de chorar e adormecer.