No ano passado, decidimos ter um filho e, em Outubro, pusemos mão à obra (salvo seja). A coisa correu bem e no final do mês tivemos a confirmação. Por mais consciente que se esteja, aqueles dois riscos cor-de-rosa provocam um turbilhão de pensamentos e emoções.
Uma das primeiras coisas que me lembro de pensar foi que os motivos de ansiedade vão-se sucedendo: assim que descansamos porque ouvimos o coração na primeira ecografia, começamos a contar os dias para a ecografia das doze semanas, daí passamos para os rastreios, depois as sucessivas ecografias até ao parto. Mas e depois? As consultas mensais, as vacinas, o aumento de peso, cada fase implica dúvidas, receios, inseguranças.
Mas ainda nem quatro meses passaram e já não me lembro de como era a nossa vida sem a M. Boa, sim, mas nada que se compare a isto. Nada que chegue ao pés de um sorriso dela, da maneira como encosta a cara à nossa quando lhe damos beijos, do resmungar cada vez que lhe vestimos as mangas de qualquer peça de roupa.
A vida fica de pernas para o ar, mas depois percebemos que é mesmo assim e é tão bom. Quem ia imaginar?