Há um ano atrás, ainda a M. era um cavalo-marinho na minha barriga, andávamos num processo louco de decidir se íamos ou não para Genève.
Ofereceram-me uma posição que me interessava, mas que surgiu numa altura estranha: tínhamos acabado de nos mudar para a casa nova, casa essa que era (e ainda é) um investimento jeitoso, eu estava grávida de pouco mais de três meses e o J. andava em vias de mudar de rumo profissional.
A tomada de decisão envolveu discussões acaloradas não só entre nós, como com outras pessoas (os meus pais, que sempre acharam a ideia excelente, mudaram de ideias perante a perspectiva de ficarem longe do neto), visitas de estudo a Genève, trocas de e-mails com amigos de amigos que lá vivem e muita, muita, mas mesmo muita ansiedade.
A proposta levou-me a antecipar o momento em que disse à minha chefe funcional (americana, mãe de quatro filhos e recém- chegada à Europa) que estava grávida, o que também motivou algumas alterações dos planos: a irmos, a mudança ficaria para Outubro, no final da minha licença de maternidade.
Só em Fevereiro tomámos a decisão final de não aceitar: entre a parte financeira que não era excelente, as incertezas quanto à carreira do J. e a chegada de um bebé, os "contras" ganhavam.
E agora, embora com pena pela oportunidade perdida (mas com a certeza que outras virão), tenho a convicção que fizémos a escolha certa: a família e amigos podem gozar os primeiros tempos da M., ela não vai andar a berrar "maman, maman" e nós não nos sentimos como náufragos à deriva no mar (ainda por cima, um mar cheio de suiços).