A notícia de uma reunião de três em Praga, há umas semanas atrás, gerou o pânico habitual, rapidamente ultrapassado pela decisão conjunta de irmos todos. Mas três dias num hotel com a M., sopas, papas e fraldas é obra para qualquer um e vai daí, lembrámos de mandar a deixa aos meus pais. E em menos do que leva a dizer Ceszca Republica, estava tudo marcado e pais, avós e neta ansiosos pelo passeio.
A dita reunião (marcada para começar na terça-feira às oito da manhã) foi cancelada na sexta-feira por volta das seis da tarde e adiada para a seman seguinte. Novo ataque pânico, novamente ultrapassado pela perspectiva de agora irmos mesmo aproveitar umas mini-férias, embora num sítio com temperaturas ainda negativas e carregados de sopas, boiões e afins.
A M. passou a semana enfiada num saco ou enchouriçada em camadas variadas de roupa, mas esteve óptima, com um pequeno senão: não queria comer. Os dois primeiros dias foram exclusivamente a leite (abençoadas maminhas), depois lá aceitou umas colheres de papa e lá para o fim, um boião de fruta.
Viu o seu primeiro nevão, passeou na Ponte Carlos, cheirou o vinho quente na Praça da Cidade Velha e conseguiu arrancar uns minúsculos sorrisos aos carrancudos checos.
Para a semana, volto a Praga, agora em trabalho, sem a M., mas apenas por uma noite e com direito a paragens técnicas e escalas em Frankfurt (isto de ter uma carreira é muito bonito e paga as contas, mas não dá saúde a ninguém).