Então e porquê Crónicas da Barriga? Porque era o nome do blog que queria ter escrito durante a gravidez. Ainda vou a tempo? Não, a miúda tinha quase 4 meses quando o blog começou. E então? Então, nada!
27.9.09

Meu bebé pequenino,

Apeteceu-me escrever-te hoje, porque andei na net a ler as coisas mais estúpidas do mundo sobre ser mãe e fiquei triste. Não percebo desde quando é que é in dar a ideia de que não se gosta de ser mãe ou menosprezar quem afirma publicamente que gosta.

A esta hora, já estás no teu berço e apesar do intercomunicador estar sem dar sinais de movimentações, fui espreitar-te porque tive saudades tuas.

Sim, é verdade, tenho saudades tuas quando estou na sala e tu estás no quarto, tenho saudades tuas quando dormes mais horas do que o que é costume, não sabia que isto ia ser assim, mas é e é tão bom.

Também tenho saudades de ir jantar fora com o pai, só os dois, sem estarmos stressados a ver se não acordas, de um bom copo de vinho, de um gin tónico com os amigos, de ir ao cinema, de passar umas horas no cabeleireiro, tenho saudades, mas não tenho vontade de fazer essas coisas.

Achei que ia ter pudor em dar de mamar fora de casa, mas as minhas mamocas já viram a luz do dia em restaurantes, esplanadas, casas alheias e afins.

Até tenho saudades do meu trabalho, mas angustia-me saber que se calhar não vou ser eu a ver os teus primeiros passos ou a ouvir a tua primeira palavra.

E, cúmulo da piroseira, eu sei, à noite, custa-me a adormecer e dou por mim a lembrar-me daquela música dos Aerosmith, porque é isto mesmo o que eu sinto:

Don't wanna close my eyes
I don't wanna fall a sleep
'Cause I'd miss you baby
And I don't wanna miss a thing
'Cause even when I dream of you
The sweetest dream would never do
I'd still miss you baby
And I don't wanna miss a thing

 

26 de Setembro de 2008

Por R, às 18:42  comentar

11.9.09

Segunda-feira, tudo escuro: começo a ouvir a M. a "falar", olho para o relógio e vejo 5.15h. O despertador está programado para tocar daí a meia hora, para ter tempo de dar maminha, arranjar-me e estar no aeroporto às 6.45h.

 

Estranhei logo a hora a que ela acordou (sem chorar e bem disposta, como de costume) e antecipei o pior.

 

Demorei bem mais do que queria porque tive que fazer tudo, com excepção do banho, com a M. ao colo ou agarrada às minhas pernas, num registo peganhento inédito.

 

Na hora da saída, não me restou alternativa senão acordar o desgraçado do J. para ficar com ela, sendo que ele teve quer a arrancar do meu colo à força, por entre gritos de "Mamaãããã" e lágrimas gordas a rolar pela cara abaixo.

 

Fui para Londres com um apertozinho cá dentro, a pensar no que é que teria feito diferente para a M. ter percebido este dia não era igual aos outros e não cheguei a nenhuma conclusão. É certo que me viu sair de mala de viagem, mas a alteração de comportamento tinha começado bem antes.

 

Fui recebida já depois da hora do jantar no dia seguinte com um abraço apertado, mas sem que ela me olhasse nos olhos (pequeno castigo que mereço por ter passado uma noite fora) e a despedida de todas as manhãs desta semana têm sido um pequeno drama.


3.9.09
  • Dar beijinhos (mas têm que ser na boca)
  • Trambolhão com direito a sangue a sair do nariz (graaaaaaaaaaaande susto!)
  • Subir para o sofá sem ajuda (porque havia pouca coisa para nos criar stress ao nível do chão)
  • Imitar um cavalo (embora, às vezes, se assemelhe a uma vaca)
  • Meter o dedo no nariz (com o propósito exclusivo de fazer uma coisa que eu lhe digo para não fazer)

 

 


Sobre a M.
Nascida a 4 de Julho de 2008, com 3,880 kg, 50 cm e as maiores bochechas do mundo.
Sobre o P.
Chegou a 24 de Setembro de 2010, com 3,380 kg, 48 cm e os olhos mais doces do mundo.
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