É oficial: perdemos controlo da sala.
O P. é um bebé sorridente: sorri com a cara toda, olhos, boca, bochechas, às vezes, faz um meio sorriso malandro, outras faz barulhinhos a preparar o riso. Mas quando sorri para mim, faz um ar embevecido que não faz para mais ninguém. Eu sei, parece conversa alucinada de mãe babada, mas é meramente uma constatação. O meu filho está apaixonado.
A quinze dias do Natal, tive a minha Noite Feliz: o P. deixou-me dormir cinco horas seguidas. Infelizmente, as noites boas não são como o Natal (que é quando quando o homem quiser) e ontem voltámos ao registo dormir em pé.
Nunca senti que o que faço ou deixo de fazer pela M. (e agora pelo P.) seja sacrifício, com a única excepção das noites mal dormidas. Custa-me horrores ser acordada passadas uma ou duas horas depois de ter adormecido, apetece-me meter a almofada em cima da cabeça, dizer palavras feias, rosnar. Mas lá me levanto, tiro o P. do berço com beijos e aperto-o muito para ele não sentir o meu feitio e arrasto-me até à sala para não acordar o J. (ou a M., muitas vezes) e para me manter acordada a mim.
A catorze dias do Natal, espero pela próxima Noite Feliz.