Cento e cinquenta e três dias passaram e, apesar da confusão, das fraldas, das birras, da falta de momentos de silêncio, da impossibilidade de estar mais do que cinco minutos dedicada a alguma coisa, soube-me bem estar com os meus filhos.
Tal como há dois anos e quatro meses, voltar ao trabalho é outra vez sentir que preciso de estar fora de casa, mas ficar com o coração apertado por poder perder alguns momentos importantes. É saber-me bem vestir uma roupa catita para ir trabalhar, mas sentir um nó no estômago quando ouço que o P. chora desalmadamente assim que vê o biberon. É ter vontade de beber o café do meio da manhã e saber as cusquices do escritório, mas saber, bem lá no fundo, que a M. e P. estão-se nas tintas para a minha realização profissional e o que queriam mesmo era que tudo continuasse como nestes últimos cento e cinquenta e três dias.