Gosto ver revistas cor-de-rosa. De Inverno, nos cabeleireiros, de Verão, a praia é o meu lugar preferido para me intoxicar desta imprensa e como tenho tempo, não me limito a ver: às vezes, leio.
Sempre me fez confusão a obsessão destas revistas com o "para quando o casamento", seguido imediatamente do "para quando os filhos", sobretudo quando se tratam de perguntas feitas a actores dos Morangos com Açúcar com 21 anos e que namoram há dois meses. Mas assim que os filhos nascem, começa outra obsessão: a do "têm tido tempo para vocês".
Esta semana, a Caras traz a apresentadora Cláudia Vieira na capa, falando sobre a recuperação da forma física após o parto. Li, com interesse próprio, as sugestões da dita apresentadora (que, by the way, implicam ir ao ginásio uma montanha de vezes por semana e portanto não me servem) e continuei para a parte em que ela dizia que costumava levar a filha para as gravações, primeiro porque amamentava e segundo porque era inconcebível ficar longe dela quatro ou cinco dias. Comentário seguinte do(a) entrevistador(a): "Parece estar muito dependente da bebé...".
A bebé tem 4 meses. É amamentada. Diria eu que se trata de uma normal relação de dependência da filha face à mãe e não de nenhum caso patológico que necessite de intervenção.
Mas para a Caras e outras revistas do género (e, se calhar, para muitas pessoas), se não passaste um fim-de-semana sozinha com o teu marido seis meses depois do parto, não tens vida própria e o casamento avança a passos largos para a ruína.